Questão: que relação há entre a tira e o contexto da educação atual?
Resposta que nos foi enviada pelo Professor Gustavo Pessoa:
Há uma clara vinculação com a mercantilização da educação no Brasil e na América Latina a partir da década de 70. Tal processo foi e é ignorado pelo aluno inconscientemente, até porque toda propaganda estatal foi palnejada para cortar o fio condutor que poderia eventualmente ligar o aluno a um passado recente, marcado pela hegemonia da educação pública em relação a educação privada. Nesse contexto, penso que a charge revela, numa análise superficial do discurso, a dupla face que educação assumiu em nossos tempos, caracterizada primeiro pela sua condição de serviço, que como tal deve se encaixar perfeitamente nas exigencias da clientela, e segundo pela presença de uma clientela pouco exigente que se relaciona com o processo de modo a se apropriar dos rigores formais necessários para viabilizar o acesso ao mercado.
Há uma clara vinculação com a mercantilização da educação no Brasil e na América Latina a partir da década de 70. Tal processo foi e é ignorado pelo aluno inconscientemente, até porque toda propaganda estatal foi palnejada para cortar o fio condutor que poderia eventualmente ligar o aluno a um passado recente, marcado pela hegemonia da educação pública em relação a educação privada. Nesse contexto, penso que a charge revela, numa análise superficial do discurso, a dupla face que educação assumiu em nossos tempos, caracterizada primeiro pela sua condição de serviço, que como tal deve se encaixar perfeitamente nas exigencias da clientela, e segundo pela presença de uma clientela pouco exigente que se relaciona com o processo de modo a se apropriar dos rigores formais necessários para viabilizar o acesso ao mercado.
Na outra ponta percebe-se que a transformação do processo educacional
não foi acompanhada de uma transformação do profissional da educação e
aqui eu me refiro ao professor, gerando inevitavelmente uma inadequação
entre as expectativas do aluno-cliente e o protagonismo que o professor
atribui a si próprio nesse processo. Tal inflexão pode ser observada no
rigor utilizado pelo professor para apreciar o desempenho do aluno e a
frustração do aluno por receber um serviço diferente daquele que
esperava.
Mafalda é demais. O teor crítica dos quadrinhos é sensacional.
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